Prezados Moradores e Amigos,
Nos últimos dias São Conrado, assim como toda a cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo com as fortes chuvas.
A Avenida Niemeyer foi interditada por várias vezes devido a inúmeros deslizamentos de terra. E as construções em áreas de risco continuam na região.
E na ultima semana os moradores de São Conrado assim como todos os usuários da auto estrada Lagoa Barra, sofreram com o desabamento de uma laje no túnel Rafael Marcarenhas (tunel Acústico).
Com isso, um antigo assunto voltou a tona: porque o viaduto Graça Couto está fechado há 16 anos?
Porque os gestores públicos sempre insistiram em mantê-lo fechado?
A AMASCO, assim como outras associações de moradores, entende que a reabertura deste citado viaduto será de suma importância, não somente para o bairro de São Conrado e sim para toda a cidade, uma vez que o local pode ser utilizado como uma via de escape para eventuais problemas que venha a ocorrer na auto estrada como o da semana passada.
Posto isso, a AMASCO como representante legal do bairro de São Conrado e que trabalha em prol do bem estar de seus moradores, vem se movimentando para que o bairro mais uma vez não fique ilhado do restante da cidade.
Seguem abaixo e em anexo duas reportagens sobre os assuntos acima citados.
Atenciosamente,
José Britz
Presidente
Vizinhos do perigo no Vidigal
Famílias continuam a ocupar sete das 26 casas interditadas no alto do morro
· O Globo
· 23 May 2019
BRENNO CARVALHO
Mudança forçada. O motorista Alexander Dufrayer na laje da casa onde morava até a interdição feita pela Defesa Civil: hoje, ele e a mulher pagam aluguel num outro imóvel da mesma comunidade, mas os enteados dele estão vivendo com avó
No topo da clareira aberta pelas chuvas de abril, 26 imóveis do Vidigal foram interditados pela Defesa Civil. Sete deles ainda estão ocupados. A prefeitura diz que vai demolir oito casas, e a Geo-Rio estuda como fazer a contenção.
Os estragos causados pelos últimos temporais deixaram marcas na cidade. Na encosta da Avenida Niemeyer, elas assustam. Em meio ao verde, uma clareira de 30 metros de largura por 290 metros de comprimento separa as casas do alto do Morro do Vidigal da pista. Diante do risco, 26 imóveis da Avenida Presidente João Goulart que estão na beira do precipício foram interditados pela Defesa Civil municipal há pouco mais de um mês. Alguns ficam a apenas cinco metros do penhasco. Ainda assim, sete casas continuam ocupadas.
A Secretaria municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH) informou ontem que oito imóveis serão demolidos nos próximos dias devido
à proximidade do barranco. Os moradores ainda não foram comunicados dessa decisão. Nascido e criado na favela, Murilo Moacyr, de 40 anos, é um dos moradores que resolveram conviver com o risco. Ele acredita que sua casa será liberada pelos técnicos e que a família não perderá a propriedade. Ali, além de Murilo, moram três irmãos — um deles tem síndrome de Down — e a mãe, de 68 anos, sofre com problemas nos joelhos e precisa de uma casa adaptada.
—O susto foi grande no dia do temporal. Só que o barranco despencou mais para o lado( cerca de 15 metros), então confio que não terá problema. Nosso sustento vem do aluguel da parte debaixo da casa, e toda a família convive bem aqui. Se tivermos de sair, não temos para onde ir — lamentou Murilo, acrescentando que está desempregado.
No momento da chuva, ele abandonou a casa com a família em desespero. O morador diz que que o barulho foi estrondoso, semelhante ao de um “terremoto”. Passado o susto, eles voltaram para o imóvel, de três pavimentos. No primeiro andar, há três quitinetes, que estão alugadas. Mas, diferentemente de Murilo, a maioria dos moradores das casas interditadas não ignora o perigo.
O motorista de transporte escolar Alexander Dufrayer, de 42 anos, optou por alugar um outro imóvel dentro da comunidade, para onde foi com a mulher, Juliana. Já os enteados dele tiveram de ir para a casa da avó, no Morro Dona Marta, em Botafogo. A casa da família ficou a poucos passos do barranco e pode ser uma da lista de demolições.
— Estamos à deriva de informações. Não sabemos o desfecho da história. Moro aqui há 15 anos. Então, é triste ver essa situação. Nunca tinha acontecido aqui —disse Alexander.
ABRIGO A 25 QUILÔMETROS
O autônomo Jaílson Matos, de 46 anos, estava de férias no Ceará quando a encosta foi abaixo. Ao retornar para o Vidigal, soube por vizinhos que não poderia mais entrar em casa. Dias depois, conseguiu retirar os móveis e se mudou para o conjunto habitacional Cruzada São Sebastião, no Leblon. O lugar onde, por mais de dez anos, a família vivia, agora está vazio.
—Ainda não estou recebendo qualquer ajuda, mas já recebi as orientações e vou dar entrada na prefeitura ainda esta semana. Não era o retorno para casa que eu esperava —comentou Matos.
A dona de casa Alice Pinto foi buscar abrigo ainda mais distante. Proprietária da casa B do número 857 da Avenida Presidente João Goulart, ela foi para a residência da irmã, em Pilares, que fica a 25 quilômetros do Vidigal. Ela já pediu para receber o aluguel social, mas uma confusão no cadastramento emperrou o benefício. Outra pessoa — que mora ao lado —forneceu o mesmo endereço, gerando duplicidade. Ambos terão que ir à prefeitura para resolver o problema.
—É mais uma complicação para mim —disse Alice.
A prefeitura informou que equipes da Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio) já fizeram a topografia e a sondagem na área atingida pelos deslizamentos que ocorreram em 8 de abril e nos últimos dias 16 e 17. Agora, é estudado o tipo de contenção indicado para o local, que será feita após a demolição das casas. Todo esse processo tem o prazo de seis meses, praxe em caso de emergência.
Mas o número de imóveis que serão derrubados pode aumentar. Segundo a GeoRio, só os que estiverem em terreno seguro serão desinterditados. Os moradores precisarão ter paciência, pois essa decisão só será tomada após a conclusão das obras, em outubro. Mesmo após a liberação pela Geo-Rio, segundo a Defesa Civil, os moradores terão que apresentar um laudo assinado por um técnico responsável atestando que o imóvel passou por obras de recuperação estrutural. A prefeitura informou que 26 famílias do Vidigal estão recebendo o aluguel social de R$ 400.