Prezados Moradores e Amigos,

 

Não é de hoje que denunciamos a expansão descontrolada em comunidades carentes. Nossa vizinhança (Rocinha, Vidigal, Matinha, Vila Canoas, etc…) vive situação exatamente igual ao que ficou evidenciado na Muzema.

 

Foram muitas as oportunidades em que atuamos junto com o Ministério Público, mas em todas elas fomos frustrados por liminares e/ou “apoio político” à desordem, sob o pretexto da “proteção ao mais fraco”.

 

Pura demagogia e canalhice! A suposta “proteção ao mais fraco” é na verdade o apoio político à  expansão imobiliária clandestina, corrupta e assassina!

 

Cada vez mais esse aspecto criminoso da expansão das comunidades fica mais evidente! A sociedade precisa quebrar o “preconceito” de limitar o crescimento dessas comunidades, pois é um equívoco pensarmos que desta forma estamos “beneficiando” os mais necessitados, enquanto que na verdade,  estamos promovendo sua exploração por criminosos e fortalecendo quem vai nos destruir!

 

As nefastas consequências das chuvas estão intrìnsicamente relacionadas a essa expansão desordenada. Não é à toa que experimentamos episódios cada vez mais agudos na Niemeyer, por exemplo. Enormes áreas nativas e de proteção ambiental estão sendo visivelmente invadidas. E quem promove essa destruição não é o trabalhador humilde que vai morar lá… Ele é tão vitima quanto nós!

 

Precisamos estar unidos e conscientes do que realmente enfrentamos. Será necessária uma “revolução” nas políticas de ocupação do solo em nossa cidade! Politicas de transporte público e infraestrutura também serão fundamentais. Não podemos tratar um problema complexo com soluções simples!

 

No curto prazo apenas um agente tem poder de agir, o próprio morador da comunidade precisa compreender os riscos e consequências de optar por esse tipo de habitação. Precisamos apoiá- lo com informação e ações de educação, infraestrutura e serviços.

 

Atenciosamente,

José Britz

Presidente