No dia 9 de junho do presente ano, estivemos na biblioteca da Rocinha quando assistimos a apresentação do PAC 2 feita pelo Governo do Estado.
A apresentação, à qual estava presente o vice-governador Pezão, foi coordenada pelo presidente da EMOP, Dr. Ícaro Moreno Junior, assessorado por suas arquitetas. O clipe dessa apresentação, previsto estar disponível no site da EMOP após sua apresentação à presidente Dilma, mostraria como seria o saneamento, a urbanização e o polêmico teleférico. Uma importante afirmação por parte de toda a equipe foi a de que o projeto não estava fechado e haveria ainda muito debate a respeito.
Quando a AMASCO questionou a ordem cronológica das etapas do projeto, o Dr. Ícaro e sua equipe confirmaram que 100% do saneamento e da urbanização seriam feitos antes da construção do teleférico. Na oportunidade, frisamos a importância da participação de São Conrado na discussão do projeto. Passados 30 dias da apresentação, quando acessamos o clipe do projeto, tivemos um grande choque ao constatar que o projeto previa a construção de Conjuntos Habitacionais em áreas pertencentes ao bairro de São Conrado. Alguns moradores da Rocinha seriam relocalizados em São Conrado para construção das estações do teleférico e de outros mobiliários públicos.
Na apresentação não foi possível observar estas construções e só após ter acesso ao clipe constatamos esse absurdo e o total descaso do poder público com os cidadãos de São Conrado. Não houve sequer um contato do governo com a Amasco sobre a possibilidade dessas construções, afinal temos trabalhado lado a lado com o governo nessa importante realização que é a urbanização da Rocinha. A Rocinha urbanizada e humanizada é também de suma importância para São Conrado.
O absurdo projetado compreendia: o conjunto de 4 prédios em frente ao Supermercado Extra na Estrada da Gávea (ao lado da futura estação do Metrô); 2 prédios em frente ao Largo das Flores, antes da Boate Emoções; 4 prédios em frente à Emoções; e, 6 prédios atrás do Ciep Ayrton Senna, junto à favela da Matinha, que certamente a esta se unirá oficializando a Rocinha 2.
Além disso, os prédios atrás do Ciep, caso construídos, estarão próximos da boca do Túnel Zuzu Angel, o que colocaria em risco permanente os acessos desse túnel, além de fazer a ligação da Rocinha atual com a nova Rocinha. Isso seria o caos total.
Que fique bem claro que não somos contra o teleférico, mas, no momento, o saneamento básico, com canalização de esgoto e recolhimento de lixo residencial na Rocinha é mais importante e urgente do que qualquer outro projeto. Se o estado quer construir o teleférico e precisa de espaço para isso, o estado tem a obrigação de realocar essas pessoas em outras áreas dentro da própria comunidade. Vamos lutar até o fim para que essas construções sejam retiradas de São Conrado, e que seja modificado o projeto do PAC 2.
A Amasco já está tomando as devidas providências em relação a esse absurdo e já conta com apoio de servidores pensantes e de bom senso, que sabem que estamos com a razão. Na próxima terça-feira, dia 10/09/2013, às 20:00hs, a AMASCO e os moradores da São Conrado receberão no Hotel Royal Tulip o Dr. Ícaro Moreno Junior, presidente da EMOP, e a Sra. Ruth Jurberg, Coordenadora do PAC-Social, que farão uma apresentação do projeto do PAC 2 e seu envolvimento com o bairro de São Conrado.
Essa reunião servirá para colocarmos o posicionamento oficial dos moradores de São Conrado contra essas construções que trarão, sem dúvida, uma enorme desvalorização aos imóveis do bairro, tributados com um dos IPTU mais caros da cidade.
A Diretoria
BOLETIM 006 – 05/09/2013
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Gostaria de saber como esta o projeto hoje depois de 3 anos passados